Brasília: servidores federais fazem manifestação por negociações e reposição emergencial

Data da postagem: 01/06/2022

Centenas de servidores e servidoras federais de todo o país tomaram as ruas de Brasília, nesta terça-feira (31), e realizaram uma série de manifestações por reposição emergencial de 19,99%. A concentração para a marcha ocorreu às 9h, no Espaço do Servidor.

Descumprindo um acordo anterior, a polícia não quis permitir a caminhada que estava prevista, nem a utilização do caminhão de som. Os sindicalistas, porém, resistiram e utilizaram o caminhão de som no ato de abertura. Na sequência, organizaram a marcha que terminou no gramado em frente ao Congresso Nacional.

Os servidores queriam mostrar que não irão mais aceitar a continuidade da política de reajuste zero, e que os 5% nos quais o governo vem falando – sem, contudo, oficializar proposta – não cobre nem metade da inflação dos últimos 12 meses.

No caso do Judiciário, mesmo tendo dinheiro para garantir os 19,99%, o Supremo Tribunal Federal (STF) está condicionando o índice de reposição à decisão do governo sobre os demais servidores. Por isso, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) também pediu audiência com o presidente do Supremo, Luiz Fux, para tratar do projeto que o STF precisa enviar para repor as perdas da categoria.

Mobilização na Câmara

A luta continuou à tarde, com a realização do ato “Pela Valorização das Servidoras e Servidores Públicos: Recomposição Inflacionária Já”, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. O objetivo foi também pressionar o governo e engajar os parlamentares na luta pela recomposição salarial do funcionalismo.

O auditório ficou lotado e reuniu sindicalistas e parlamentares de oposição. Ao microfone, com faixas e cartazes, os oradores reivindicaram negociação e reposição, criticaram a ideia de 5% e a enrolação do governo e denunciaram os constantes ataques de Bolsonaro aos serviços públicos, incluindo a reforma administrativa (PEC 32/2020), que segue em tramitação.

Ainda nesta terça, Bolsonaro disse que “não vai buscar alternativas” para oferecer mais de 5% de reposição aos servidores. Disse ainda que poderia “incorrer em crime de responsabilidade” caso o fizesse, o que não é verdade.

Bolsonaro ainda culpou os demais servidores por não reestruturar a carreira dos policiais. “O grande problema não é o nosso lado. São colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumentos até abusivos pro outro lado”, concluiu.

A tática do governo está clara: criar um ambiente de confusão para enrolar os servidores até o prazo final (4 de julho) para o envio de um projeto de reposição e, assim, dificultar a realização de protestos e mobilizações. Por isso, a mobilização não pode parar e continuará nos estados nos próximos dias.

Por Com informações da CUT