O punhal afiado contra a Petrobrás

Data da postagem: 29/06/2022

A Petrobrás, cuja direção foi alterada novamente há dias pelo governo federal, anunciou que quer retomar a privatização de suas refinarias. Foram colocadas à venda, ontem, três das doze que restam: Abreu e Lima (RNEST), a mais moderna de todas, em Pernambuco; Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná; e Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul. A privatização das refinarias é mais um passo no processo que já tirou da estatal sua distribuidora de combustíveis (a BR), de gás (a Liquigás), suas fábricas de fertilizantes, e ameaça a Braskem, seu investimento em petroquímica. O tema foi tratado por Outras Palavras em uma série de reportagens . O movimento, porém, pode ser inteiramente revertido, se houver vontade política para tanto num futuro governo. É o que mostraram, em entrevista para o projeto Resgate, o advogado Gilberto Bercovici, professor titular de Direito Econômico da Faculdade de Direito da USP, e Pedro Celestino, do Clube de Engenharia do Rio.


Um campo de petróleo vendido pela produção de 50 dias


Em outro ato do processo de desmonte, a Petrobrás vendeu, em 24/6, os campos de petróleo de Golfinho e Carupim, situados no pós-sal (entre 100 metros e 2,2 mil metros de profundidade), na chamada Bacia do Espírito Santo, litoral norte daquele estado. Um cálculo de petroleiros capixabas aponta a estonteante loucura da operação. A venda deu-se por US$ 75 milhões, muito facilitados. Só a produção de Golfinho é de 15 mil barris por dia. O preço de venda equivale a apenas… 50 dias de produção, nas cotações atuais do petróleo (US$ 100/barril)! O comprador foi a BW Energy Ltd., uma empresa internacional com sede em Oslo, Noruega, que se apresenta em seu site como especializada na aquisição de campos de petróleo em países como Brasil, Gabão e Namíbia.

Por Fonte: Outras Palavras